sábado, 21 de agosto de 2010

MANIFESTO VERDE-AMARELO: POLENTA COM PISSACÀN

A descida dos cocanheses do Planalto Peninsular no rumo do Rio Tegão e do Das’anta foi uma fatalidade histórica da Era da Polenta Partida com Fio. POLENTA COM PISSACÀN!
A expulsão dos botocudos significa bem, na história da Terra da Cocanha, a proclamação do direito adquirido pelas roças de milho. POLENTA COM PISSACÀN!
Embora viessem do Oeste dizendo “io so cocanhensis”, na realidade não desceram pelo Das’anta a fim de comer a farinha branca, mas para se fixar objetivamente na terra, comprando-a por irrisórios vinténs e vendendo-a por arcas de fiorins. POLENTA COM PISSACÀN!

Onde estão os rastros dos cocanheses pioneiros? Um arqueopolentólogo disse que, perdidos os cadarços que os ligavam ao Reino da Bota, passaram a usar tamancas e, somente muito tarde, inventaram as famosas botinas. POLENTA COM PISSACÀN!

Eles subiram as montanhas para serem absorvidos pela farinha com molho de perdizes. Para se diluírem nos monjolos e nas mós dos moinhos. Para viverem objetivamente e transformarem numa prodigiosa poupança o seu grande sentimento de humanidade. POLENTA COM PISSACÀN!

Seu totem não é carnívoro: Sabugo. É este um objeto que desconstipa, fecha garrafões e aquece os fogolares. POLENTA COM PISSACÀN!

O cocanhês isolou-se na selva, para viver; armou-se de fundas, paus de mexer polenta, mãos-de-pilão, visgo de colar passarinhos. Socializou-se sem temor da morte e ficou eternizado nos anais para pátria. POLENTA COM PISSACÀN!

O cocanhismo cocanhês não é intelectual. É sentimental e prático, sem desvios da sua corrente histórica. Pode aceitar as formas de civilização, mas impõe a essência do seu sentimento, a fisionomia irradiadora da sua alma. Sente Bocca, Bocchete ou Pinhão através do mesmo estoicismo (torresmo com toicinho). Tem horror instintivo pelas lutas sociais, diante das quais sorri sinceramente: pra quê? POLENTA COM PISSACÀN!

Não combate nem religiões, porque toda a sua força reside na praticidade braçal. Filosofar para quê? POLENTA COM PISSACÀN!

A filosofia cocanhesa tem de ser forçosamente uma ‘não filosofia’, que se baseia no movimento do Das’anta. Trabalhar ininterruptamente como o rio que lima as pedras agudas e as molda em seixos rolados. POLENTA COM PISSACÀN!

Antes não existiam bibliotecas, fato que não tem a menor conseqüência no metabolismo funcional dos órgãos vitais da Nação Cocanhesa. Tudo isso, em razão da não-filosofia, da ausência de sistematizações. POLENTA COM PISSACÀN!

Mas se um cocanhês erigir uma filosofia que não a do trabalho, criará antagonismos, provocará dissociação, será uma força centrifuga. POLENTA COM PISSACÀN!

Se Sabug Freud nos deu um cifrão ($), a história da Civilização Cocanhesa oferece uma equação em que esse signo-algarismo entra tão-só como um dos muitíssimos fatores de multiplicação de capitais. POLENTA COM PISSACÀN!

O cocanhês vive objetivamente e viverá sempre como um elemento de harmonia entre todos os que, antes de desembarcarem em Polentawood, atiraram ao mar o cadáver de algum vetusto familiar. POLENTA COM PISSACÀN!

O manifesto ‘verdamarelo’ (POLENTA COM PISSACÀN!) prega a regra da liberdade plena de acúmulo; este ‘verdamarelo’ (POLENTA COM PISSACÀN!) responde pela alforria e ampliação sem obstáculo da cozinha cocanhesa. Nosso ‘verdamarelismo’ é de afirmação, de colaboração coletiva, de igualdade, de liberdade de empreendimentos, de crença na predestinação do povo cocanhês, de fé no valor de construção de capitéis, moinhos e monjolos. POLENTA COM PISSACÀN!

Aceitamos todas as instituições conservadoras, pois é dentro delas mesmo que faremos a inevitável renovação, como a fez, através dos séculos, a alma da nossa gente cocanhesa. POLENTA COM PISSACÀN!

Nosso nacionalismo é ‘verde-amarelo’. POLENTA COM PISSACÀN!

Amém! Amém! Amém!