quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

A CARAVECHIA


No meio da rodovia tinha uma santa feia
Tinha um santa feia no meio da rodovia 
Tinha uma santa feia 
No meio da rodovia tinha uma santa feia!

Nunca me olvidarei dessa descoberta 
Na vida de minhas crenças tão abaladas...
Nunca me esquecerei que no meio da rodovia 
Tinha uma santa feia
Tinha um santa feia no meio da rodovia 
No meio da rodovia tinha uma santa feia!

sexta-feira, 11 de março de 2016

O fim da trilogia da Terra da Cocanha

Enfim, publicou-se, para a alegria geral da nação cocanhesa, o terceiro volume da trilogia da Terra da Cocanha.

"Uma comédia em cinco atos violentos, dedicada à elite intelectual, política e industrial de Polentawood. Um libelo do povo trabalhador, representado pelo Debulhador Maneta, onde o autor dispara setas ácidas para todos os lados, com referências a diversas personalidades locais – ora veladas, ora explícitas. Sem deixar de lembrar as grandes peças cômicas como as de Molière e Shakespeare, o texto também lembra o melhor de Jarry e Qorpo Santo, mas com a necessária violência que o cenário local exige. Um fechamento com chave de ouro para nossa trilogia épica!" (O Polenteiro)


sábado, 3 de outubro de 2015

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A CANÇÃO DO BURRACO



A CANÇÃO DO BURRACO
 
Vejo buracos
por toda parte,
de toda sorte
e de toda arte.
Há buracos novos,
em bom Estado
e buracos velhos,
já antiquados.
Vejo buracos
para pedestres,
para cariolas
para chevettes.
Buracos particulares,
cavidades federais,
lacunas públicas,
socavões municipais.
Falta-nos enxada?
– Está enferrujada!
Falta-nos patrola?
– Esta sempre atola!
Falta-nos piche?
– Por mim que abiche!
Falta-nos vontade?
– Buraco é entrave!
 
Vejo buracos
por toda parte,
de toda sorte
e de toda arte.
 
Há buracos urbanos
rachaduras rurais;
Há covas sem dono
e tocas abissais.
Buracos e frestas,
orifícios e fendas,
brechas funestas,
rombos e emendas.
Falta-nos desembaraço?
– Ai, que cansaço!
Faltam-nos engenheiros?
– Choveu o dia inteiro!
Falta-nos um mestre-obras?
– Foi picado de cobra!
 
A gente que é fraco
e cai no buraco!
O buraco é fundo?
Acaba-se o mundo!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

ENCONTRADO CARRO DI BUOI ESPACIAL

A pista de pouso do carro di buoi espacial pilotado por Luigi Braccioforte
 

A Agência Espacial Cocanhesa (ECO, PÓ) teve, por 30 anos, uma frota de 5 carro di buoi espaciais (um sexto, o protótipo Mescolprise, nunca foi ao espaço). Dois deles, o Tchá-Tchá-Pum-Challenger e o La Colomba Brustolata, foram perdidos em explosões que causaram a morte de 14 astronanes. Os outros três, o Tegonis, o Indavouali e o Discovery di Polenta, estão expostos em diferentes museus e centros espaciais da Terra da Cocanha.
Todavia, o que ninguém sabia é que um sétimo carro di buoi espacial foi construído e enviado ao espaço sideral nos anos 70. Segundo informações colhidas aqui e ali, esse carro di buoi teria sido usado durante a Guerra da Polenta Fria para espionar os países vizinhos e roubar tecnologia nanenuclear. Dado como extraviado até a manhã de hoje, a ECO, PÓ finalmente respirou aliviada com o seu retorno ao solo cocanhês - ou melhor, a um telhado cocanhês.
O fenômeno responsável pela recuperação do carro di buoi espacial foi um tornado invertido, que, na noite passada, sugou o velículo do espaço e o encravou sobre um telhado estilo colonial no povoado de Novo Milhano. Conforme nota oficial emitida pela ECO, PÓ, o piloto Luigi Braccioforte, logo após a aterrissagem, teria desembarcado do velículo e pedido um garrafão de vinho ao proprietário do Bar Parada 460. Após, não foi mais localizado para dar explicações sobre a viagem...


sexta-feira, 13 de setembro de 2013

A CANÇÃO DO TRABALHO

Tal como a uva colhida
fecunda a pipa, no porão,
para fecundar a vida,
o lavoro se inventou.

Feliz quem pode, orgulhoso,
dizer: “Nunca fui vadio:
e, se hoje sou ganancioso,
ao lavoro devo o que sou”.

É preciso, desde a infância,
ir preparando a ganância:
para chegar à ventura
é preciso lavorar.

Não nasce a espiga perfeita,
não cresce o sabugo reto;
e, para ter a vindima,
é urgente lavorar.

[Joanim Pepperoni, PhD – em clima de vadiagem]

"Testom di Porqui" (Banha sobre toalha de mesa - Leonane da Vinte)