Na era Pós-sabugo, a fome na Terra da Cocanha caiu pela metade (dados do último non-sense). Mas salvaguardou-se pelas gerações a Arte de preparar a polenta - guisado farináceo com que se aquilatam filós e se celebra a fome atávica. A ritualização da fome, a sacralização da receita! A hóstia de polenta! O gesto imutável de operar a méscola como obrigação escolar, a repetição dos movimentos ritmados e o cantarolar de La bella polenta! Um bambino desbafa: "- Antes uma méscola na panela, que uma mescolada nos dedos..."
A poesia da era Pós-sabugo pode ser cozida ou brustolada, fruída com queijo ou molho de perdizes. A matéria-prima dessa poesia (chamem-na Poema Caça-palavras) vem da terra, escapa do caruncho, passa pelo monjolo, cai na panela e ganha forma com água quente e sal de cozinha. Não há manifestos, há receita! Ei-la, a cópia da cópia:
Criação seriada do mestre Joanim Pepperoni.
Nenhum comentário:
Postar um comentário